sábado, 6 de agosto de 2011

Ingenuidade

Camilo, Jeanete e Cida Del Bem
Camilo, nosso poeta conchense declamou essa poesia  no Simpósio de Preservação de Patrimônio, em outubro do ano passado, é impossível não se emocionar...
Agora ele está às voltas com a montagem de seu Monólogo...esperemos...

Camilo de Lellis Thomazella

Quando criança
Corria pelos pastos
Eu e minha cabeça
Minhas pernas e eu
Vivia com meu pai
Que éramos somente
Eu e ele
Ele e eu
Ele nunca me dissera
Que aquele pasto que eu corria
Era meu
Porque no íntimo eu sabia
Que se era dele
Era meu
Tinha minhas irmãs
Que às vezes corriam comigo
Pelo pasto que era nosso
Eu e minhas irmãs
Minhas irmãs e eu
Havia a minha mãe que sorria
Sorria, mas não corria
Pelo pasto feito eu
Ela só me observava
Chorava se eu caia
O coração de minha mãe
Os olhos de minha mãe
Aquele pasto e eu...
No entanto malmente eu sabia
Que o tempo então passaria
E nada seria meu
Nem o pasto... Nem meu pai...
Nem minhas irmãs... Nem minha mãe... Nem eu!

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