terça-feira, 25 de outubro de 2011

Simpósio Regional Sobre Preservação de Patrimônio 2011



Conchas, através de um grupo idealista preocupado com as coisas de nossa terra vem desenvolvendo um trabalho  de resgate cultural, das nossas raízes, conquistas e desenvolvimento. Fundada a Oficina Cultural Joanino Maimone este trabalho se intensificou, culminando com o evento de Cultura em 2010. ( Luis Antonio Fescina)

Com o intuito em dar continuidade ao trabalho de conscientização e propiciar a discussão sobre a necessidade de criação de leis e incentivos que estimulem a população na preservação do seu patrimônio histórico aconteceu no último dia 14 de outubro de 2011 o Simpósio Regional de Preservação de Patrimônio, na Câmara Municipal de Conchas.

O Sr. João Carlos Figueiroa, Ouvidor da Prefeitura de Botucatu, discursou sobre a importância da Fazenda Lageado, Rio Tietê e Sorocabana, como elementos da integração regional.

Em paralelo a sua exposição, tivemos a oportunidade de apreciar várias apresentações de músicos conchenses e alunos das escolas de Conchas, interagindo com o tema do resgate de nossa memória.  

A exposição A Cidade Revelada, de Reinaldo Elias, com fotos projetadas de seu trabalho de resgate do registro iconográfico da cidade foi enriquecido pelos comentários de Nelsom Malheiro, escritor do livro Em Busca de Raízes em coautoria com o jornalista Daniel Crepaldi. Acompanhado pela música Saudades de Conchas, de  autoria de Seu Nelsom conferiu um inusitado tom saudosista à apresentação.

Colocaremos a seguir, fotos do evento, alguns albuns das fotos trabalhadas e logo mais colocaremos os videos do Simpósio.



Iniciamos com o Coral Municipal, regido pela Maestrina Ednéia Medeiros, o qual encantou com um trabalho primoroso, comemorando o 17º aniversário do coral.


O Coral Trovadores Mirins, do Colégio Objetivo regido pela Maestrina Noreli, sempre surpreende com uma performance encantadora. As meninas vestidas à carater reforçam a mensagem de resgate à memória que desejamos para nosso evento.


Dona Filomena Alfredo emociona a platéia com a força de sua declamação numa homenagem à postura indispensável do professor em nossas vidas. Foi de arrepiar! O  Mestre de Cerimônias, nosso querido Zezé Serafim, mais uma vez valorizou o Simpósio com sua simpatia e profissionalismo.


O Luis Fescina, verdadeiro lastro da nossa Oficina, nos proporcionou a oportunidade de conhecer, emprestando suas palavras, "este cabedal de conhecimento, verdadeiro presente pro nosso evento":


A palestra do Sr. João Carlos Figueiroa, ouvidor da Prefeitura de Botucatu, foi de extremo interesse sobre a Fazenda Lageado e Integração Regional, dando-nos a confirmação do valor cultural dos caminhos que temos percorrido nos últimos anos na busca em apresentar e valorizar nossas referências culturais e rurais. Também falou da importância em dar ênfase no trabalho e estudo quanto às nossas ligações com o Pólo Cuesta.







É um prazer contar com o talento dessa voz maviosa de Thais Felício que interpretou "Jeito de Mato" e "Romaria".

                      

O Grupo de Dança da Prof. Cida Batuba, da Escola Anísio Ferraz Godinho apresentou a coreografia "Discodance" relembrando a década de 1980.



                       

A Unesco define como Patrimônio Cultural Imaterial "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural."   portal.iphan.gov.br


A Figueira

Durante os meses de organização do Simpósio iniciamos visitas à área rural, no intuito de registrar as referências históricas das famílias pioneiras na época de formação da Povoação.

Com isso entramos em contato com o nosso patrimônio histórico,  ou seja:
"O conjunto de bens materiais e/ou imateriais que contam a história de um povo e sua relação com o meio ambiente. É o legado que herdamos do passado e que transmitimos a gerações futuras."

NOSSO SOL / NOSSA LUA

Quando o sol se debruça
Sobre a minha Conchas,
Iluminando minha saudade e recordação
Da minha gente, da vida ... reflexão !

Sombra do Santuário Bom Jesus ...
Cadê a sombra da Igreja Velha ?
Sombra do Seminário Salvatoriano ...
Cadê a sombra da Figueirona ?
Sombra do prédio do Vadico ...
Cadê a sombra da árvore do Moisés ?

Sol inclemente sobre o grupo escolar
E a Praça Tiradentes,
Que em seus bancos passa a abrigar
A tranqüilidade malemolente.

Ao espalhar-se pela cidade,
Castiga forte a população
Jovens e velhos ... qualquer idade,
Abrigar-se à sombra, eis a solução.

Ao se deitar no poente,
Gentilmente cede espaço ao luar,
É o ciclo da vida coerente :
Luz forte, calor ... depois amar !

Hoje, não mais, se dá volta na praça,
O vinil deu lugar ao eletrônico,
Músicas de batidão sem ritmo e graça,
Não falam da beleza feminina,
Do molejo e dos olhos das meninas
Mas deturpam sem pudor,
Numa linguagem chula e rasteira,
O verdadeiro sentido do Amor !

Luis Antonio Fescina

Capelinha de São Roque no Baguari

BAIRRO BAGUARI

Entre Conchas e Piracicaba,
Às margens do rio Tietê,
Onde a tristeza acaba,
Nasce a alegria de viver.
              
Na Sesmaria dos Bonilha
As mãos calejadas dos imigrantes,
Nas suas matas abriram trilhas,
Surgindo um bairro aconchegante.

Nos primeiros algodoais
Sobre areia preta e vermelha,
A marca dos nossos ancestrais
Do branco, o progresso espelha.

Lá se iniciaram na vida e no trabalho,
Os Fescina, Anselmo, Alfredo, Lourenço e Guarino,
Dormindo tarde e enxugando orvalho,
Comendo polenta, laranja, quiabo e pepino.

Da labuta árdua e constante
Os primeiros cafezais,
As parreiras florescem no estirante
E brotam imensos laranjais.

A primeira guerra mundial
O café perdendo valor
Amainou o ânimo e a moral
Daquele povo lutador.

A São Roque se apelou,
Pra socorrer o bairro sofredor,
De joelhos, na fé, se juntou
E a Capela se ergueu ao Protetor.
Recuperado o ânimo perdido,
Aos poucos o bairro se levanta,
Entre lavoura e pecuária dividido
Com coragem a tristeza espanta.
               
De muita gente não falei,
Um dia ainda vou falar,
Do Zico Moreira me lembrei,
É nele que vou me inspirar.
               
Hoje o bairro só é sombra
Daquilo que um dia foi,
Das festas com cururu de arromba
Dos leilões de frango, leitoa e boi.


Luis Antonio Fescina

  
Dona Maria Féscina Caram se lembra das manhãs de domingo: quando as famílias se reuniam para a missa e as mães conversavam na saída, as crianças brincavam de casinha limpando e varrendo no meio do bambuzal.                               


  



  
Casa de Mário Diniz no Bairro de Santana
Moinho de Cana

  





  


  


  


  


  


  
Capelinha na Estrada do Bairro Santo Antonio

  


  
 Antiga casa dos Albano

  
Dona Bastiana em casa

  


  
Registro do alicerce em pedras de fogo, muito comum na contrução das moradias mais antigas da região. Outra pesença garantida é o terreiro "aladrilhado" como costumava-se chamar a área em frente à casa destinada à secagem do café e outros grãos.

   
Capelas da Área Rural
Capela de Santo Antonio

  


  


  


  


  


  


Capela do Bairro de Santana





Capela dos Binos



Capela da Nossa Senhora de Fátima
Estrada do Porto




Casinha onde Seu João Anselmo e Dona Frankilina criaram amorosamente seus filhos
O sítio era parte das terras que pertenceram a Vitor Féscina e Virgínia Queirós (Tio Vitucho e Tia Virgínia)
Na Subida da Buena

Antiga cerâmica do Rômulo Sbragia
Caminho que vai para o Pará
Lembro-me que quando criança, junto às crianças da Rua São Paulo, lá do lado de baixo do Posto de Gasolina do Seu Zé Mariano (quando a rua ainda era coberta de pedregulhos e os moradores a molhavam todos os dias na expectativa de que os carros não levantassem muita poeira) atravessávamos,  mesmo tremendo de medo de "assombração",  as escuras e infindáveis galerias de telhas secando à sombra,  até chegar ao fundo, onde nos esperava uma pilha de restos de argila, que ia ficando amontoada ao lado da máquina de prensar telhas e tijolos. Ai que delícia, voltávamos brilhando de auto estima pela "coragem" e fazíamos uma infinidade de pequenos utensílios de cozinha e boizinhos que afinal de contas, por não serem queimados acabavam trincando ao sol.



As belíssimas chaminés estão à espera do tombamento.

A Cris Baumer comentou outro dia sobre a possibilidade que seria aproveitar o terreno circundante, valorizado pelas Chaminés Tombadas, com uma construção leve e moderna que atraia turistas para o conhecimento sobre as técnicas da cerâmica,  lojinhas e restaurantes, etc, etc.  
Como ela mesma disse, seria uma ótima oportunidade de reinventar e estimular o Turismo na Porta de Entrada do Pólo Cuesta.
Por favor, lembrem-se que tombamento significa proteção, impedir a descaracterização e qualquer tipo de dano a um imóvel edificado ou a preservação de métodos e o "saber fazer" das coisas.


restos da Capelinha do Baiano

"Esta história é de arrepiar. O Baiano, segundo os antigos, veio para Conchas a mando de um boiadeiro do Mato Grosso, onde os conchenses, botucatuenses e outros compravam as grandes boiadas. Ao que parece, alguém deixou de honrar os pagamentos por lá, e o tal Baiano veio para cá  a fim de cobrar a dívida, de qualquer forma.
Chegou até a Fazenda dos Gonçalves, onde residia uma família de portugueses: o Domingos e sua irmã. À noite o Baiano tentou matar o irmão, para ficar com a irmã. Atirou no escuro e acertou a irmã, a seguir foi morto a tiros e pauladas pelo irmão.
Alguns dizem que ela é a Maria de Lourdes Soares, motivo de orações, visitas e pedidos, frequentemente atendidos, motivo pelo qual, foi erigida uma capelinha para ela no nosso cemitério. Porém Daniel Crepaldi intervém afirmando que as duas histórias foram fundidas com o passar do tempo. Maria de Lourdes teria falecido devido à essas doenças que acoçaram a população na época, maleita ou febre tifóide."

 Luis Antonio do Pascoalino

Hoje a Capelinha de Maria de Lourdes é mantida pelos esforços do João Mir, que se incumbe de levantar verba para reformas e cuidados, pois pelo fato de oferecerem doces à menina, o que com o tempo tornou-se usual, um lado de seu túmulo ficou penso devido à passagem das formigas. Foi então construída uma capelinha em volta do túmulo e os pedidos e agradecimentos são todos organizados num painel, tudo idéia do João Mir, que no início de nossa Oficina nos honrou com sua participação.

 Antiga leiteria do Zé Ferreira
Fazenda que pertenceu aos Gonçalves, na saída de Conchas pro Baguari, onde residiam os portugueses.

Fotos realizadas por Luiz Fescina, Fátima Fescina e João Maimone 

Pag. em construção

Os amigos da Oficina Cultural Joanino Maimone agradecem a todos que prestigiaram O Simpósio Regional de Preservação de Patrimônio. Ficamos muito felizes com a participação e também com todo o apoio das escolas e instituições envolvidas.

À Prefeitura, à Prefeita Dra. Adriana Dearo Del Bem, à Secretaria de Educação, Cultura e Turismo, representada pelo Secretário, Sr. Faustino Assad Macool, e Câmara Municipal de Conchas, representada pelo Presidente da Casa, Vereador Emerson José Féscina sem os quais seria impossível apresentar um trabalho daquela qualidade.

A Iª Exposição de Fotos: Conchas, Ontem Hoje e Sempre, organizada pelo Grupo Conchas, ECOnchas e Jornal O Informativo  enriqueceu o evento, o que favoreceu para que mais pessoas tivessem a oportunidade de apreciá-las, das quais muitas se manifestaram elogiando o trabalho.

Nossos agradecimentos a todos que se comprometeram com o trabalho contribuindo para que alcançássemos os objetivos almejados;
À Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Turismo;
Câmara Municipal de Conchas;
Fundo Social de Solidariedade, na pessoa do Dr. Sílvio Pavonato;
Palestrante Sr. João Carlos Figueiroa, Ouvidor da Prefeitura Municipal de Botucatu;
Escola Anísio Ferráz Godinho (Grupo de Dança da Prof. Cida Batuba);
Escola Reineiro D. Pastina: Exposição Pesquisa sobre o Desenvolvimento de Conchas;
Escola Coronel João Batista de Camargo Barros;
Colégio Lúdico; Projeção Trabalho de Pesquisa  Casas da Área Rural;
Colégio Objetivo (Coral Trovadores Mirins);
Reinaldo Elias: Apresentação do trabalho A Cidade Revelada; http://www.acidaderevelada.blogspot.com/
Comentários Poeta e Escritor Sr. Nelson Malheiro.

Aos nossos PATROCINADORES:

Rádio Pérolas FM

YD Confecções

EDEN Organics

BELPAR

Apoio Institucional: ao Lions Club de Conchas
e Projeto Conchas Construindo Sua Identidade


EDEN Organics
muito obrigada

Exemplo de sustentabilidade em nossa cidade, A EDEN Organics associada à YD Confecções, desenvolve um bonito projeto junto à famílias na área rural bem como na formação da Associação das Bordadeiras de Juquiratiba que bordam os produtos da EDEN, que já desponta no mercado mundial. Também estimularam a manutenção das casas de Juquiratiba ensinando a caiação colorida das casinhas do local.






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